header top bar

Damião Fernandes

section content

O Atlético: Lixo Cultural

08/02/2010 às 17h19

Por Damião Fernandes 

A mais ou menos um ano atrás, eu ocupei este espaço, trazendo a minha opinião sobre a medíocre realidade que ora passava o Atlético. De lá para cá nunca deixei de acompanhar a trajetória pífia desse clube. Confesso que não sou nenhum desportista apaixonado pelas suas cores ou por nenhum outro dessa pólis, mas sou um cidadão cajazeirense antenado e preocupado com os rumos sociais da minha Cidade. 

Ainda naquela ocasião, afirmei que todas as sociedades humanas constroem seus mitos e estabelecem quais oferendas devem ser a eles – aos seus deus – oferecidas. É sabido também que esses deuses não tinham na verdade um poder sobrenatural, mas somente aquele que a sociedade – os homens e as mulheres ávidas pelo mistagórico e mágico – lhe conferiam. 

O Atlético, incotestavelmente é um mito. E como era caracteristico aos mitos Gregos, sua sobrevivência era á custa da imaginação e das fantasias coletivas. Na cidade de cajazeiras, constatamos que o valor que esse clube tem, é um valor puramente imaginativo, fantasioso e simbólico. O atlético não agrega nenhum valor cultural constitutivo de valor original. O atlético, apenas trasmite um valor imaginativo, portanto, um desvalor. 

Esse Atlético Cajazeirense de Desportos, que assim como os deuses gregos, não tem nenhum poder por si mesmo de seduzir, atrair os seus súditos ou os seus alucinados torcedores. O poder que ele – O Atlético – tem é na verdade um poder imaginativo, ilusório-coletivo dado por aqueles que se dispõe a cultuá-lo com tal ou locupletar-se ás suas custas. 

O Atlético é um mito que precisa ser sofrida e forçosamente alimentado dia após dia, ano após ano, década após década para que não caia no esquecimento coletivo – o que não seria má idéia – e vire cinzas no inconsciente social. Eu defendo, que a a sociedade de cajazeiras, deveria ao invés de manter esse Caríssimo Clube de Futebol, fundar uma Associação de Reabilitação de Atletas – reabilitação tanto quimicamente quanto fisicamenente – acho que as frustações seriam menores. 

Quem sabe a Camara Municipal de Cajazeiras não poderia promulgar uma Lei Municipal que abolisse de vez esse Clube. É uma idéia. 

Eu fico me perguntando por que tanta insistência em manter essa mitologia atleticana, em insistir a fazer com que as pessoas acreditem que ele – o Atlético – é um bem necessário a sociedade, quando na verdade nenhum desenvolvimento social, cultural ou humano esse clube trouxe ou traz aos cidadãos da “pólis cajazeirense”. Ele é um deus ineficaz em si mesmo. 

Tantas e tantas diretorias já foram eleitas e nenhuma delas conseguiu levar esse clube o mais longe que já foi. E olha que ele não foi tão longe assim. O que acontecia era justamente o inverso, ou seja, a diretoria que saia deixava o clube miseravelmente pior do que estava. 

E o que constatamos atualmente, é a existência de uma direção que de forma incompetente administra esse clube, poderiamos até dizer que não aparentam profissionalismo em suas decisões. Como por exemplo, no momento em que preferem fazer contrações caríssimas de pseudojogadores estrangeiros, onde não apresentam nenhum rendimento dentro campo, ao invés de privilegiar as Pratas de Casa, que são ótimos jogadores. Como é o caso de Gadelha, Léo Amaro. Entre outros. 

Acho que essa Comissão dirigente já disse pra que veio, já mostrou que não pode com o pote; acho que já está mais do que na hora, dessa Direção pedir licença pra tomar água e sair de fininho. Está é a minha opinião. 

Sem falar, na grande quantidade dinheiro público, investido apenas em uma fábula esportiva, em uma mitologia forçosamente construída no coletivo imaginário das pessoas. Dinheiro dos nossos impostos que está sendo muito mal investido, que não veremos jamais nenhum retorno social, humano, e muito menos esportivo. 

Tantas são outras áreas que precisam deste recurso para apresentarem um melhor desempenho no seu serviço à população. Quantos programas socias, como por exemplo o de combate ás drogras, um problema está assolando nossa cidade, nossos jovens, nossas crianças. Mas enquanto isso, desperdiçamos tantos recursos públicos, jogando no lixo. E muitas vezes alguns outros gostam de chamar de Cultura. 

O atlético é sim uma descultura, um lixo cultural. 
Segunda Divisão aí vamos nós! 

Para saber mais
EVERARDO ROCHA. O que é mito. 8ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1999.
CENCILLO, L. Mito. Semântica e realidade. Madrid, 1970


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Recomendado pelo Google: