O Eleitor Cristão, vota em quem?
Com as eleições se aproximando nem todos os eleitores já escolheram os candidatos que serão dignos de receber seu voto no dia 07 de outubro. Há também aqueles que já decidiram votar em branco ou anular o voto como forma de protesto. Como é sabido, a urna não é o melhor lugar para se protestar, pois se você anular o voto ou votar em branco estará permitindo que outras pessoas decidam por você. A eleição municipal é muito importante para ser menosprezada, pois é nela que são escolhidos aqueles que conduzirão o município pelos próximos Quatro anos. O momento requer atitude e reflexão.
A Igreja incentiva à participação de todos na construção de políticas de inclusão social porque dignificam a vida da população como prática de fé, justiça, amor e serviço ao próximo. A vida e a história são construídas por nós todos, concidadãos e corresponsáveis. Pelo voto livre e consciente nós participamos do processo democrático, delegando o governo da Nação, do Estado e do Município aqueles que elegemos. Porém, a Igreja não visa o poder temporal, não se imiscui em política partidária nem indica candidatos e partidos na disputa de cargos eletivos.
A Igreja reconhece e respeita a autonomia do Estado laico e das realidades temporais. O Estado laico é formado pelo povo que majoritariamente crê em Deus e no Evangelho de Jesus. Por tal razão, os cristãos não aceitam práticas políticas que venham a contrariar “os Mandamentos da Lei de Deus”. Como eleitores cristãos devemos primeiramente pedir a Deus que nos dê sabedoria e discernimento na escolha dos candidatos e depois analisar qual a postura e os posicionamentos dos candidatos envolvidos no pleito com relação ao pensamento moral cristã.
Como cristãos não podemos ficar alheios às eleições nem omitir-nos. “A participação política dos católicos, se inspira numa dupla fidelidade: à própria natureza da política, realidade criada por Deus e dotada de legítima autonomia, e à própria vocação cristã, iluminada pela palavra do Evangelho. (Diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil, 2003-2006, n. 169). E ainda: “A política é uma maneira exigente – se bem que não seja a única – de viver o compromisso cristão a serviço dos outros” (Octogesima Adveniens, 46).
A Igreja assume sua missão no campo político, visando formar as consciências cristãs. Na verdade, há uma relação muito profunda e inseparável entre fé, promoção humana e missão religiosa (cf. GS, 42). Segundo Puebla, o cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana, inclusive a dimensão política (n. 513).
Diante disso:
1. O cristão não deve anular o voto ou votar em branco. Omissão é covardia. Quem se omite está consentindo que as coisas permaneçam como estão, ou que piorem ainda mais. O cristão deve marcar sua posição, fazer a diferença, ser sal da terra e luz do mundo.
2. O voto não é mercadoria. Embora tenha muito valor, é algo que não tem preço. Captação ilícita de sufrágio (vender, comprar ou trocar o voto por favores ou benesses) além de ser pecado, é crime.
3. Os candidatos eleitos são representantes do povo. O ato de votar em um candidato equivale ao ato de outorgar-lhe uma procuração para agir em seu nome pelos próximos 4 anos. Isso requer confiança e responsabilidade, tanto de quem recebe o mandato, como de quem o confere.
4. O candidato deve ser digno. A origem etimológica da palavra “candidato” remonta do latim candidatus, referindo-se a cândido, alvo, puro, sem mácula. A História nos ensina que no império romano os candidatos a algum cargo público vestiam-se de branco no dia dos plebiscitos, demonstrando sua pureza de caráter e reputação ilibada. É verdade que muita coisa mudou de lá para cá, mas devemos ao menos tentar escolher um candidato que melhor se coadune com o sentido literal da palavra.
Para saber se o seu candidato é merecedor do seu voto, faça uma breve pesquisa sobre a vida dele (particular e pública). Digite o nome dele em sites de busca como o Google, e em poucos segundos você terá várias informações relacionadas com a vida dele.
5. Antes de escolher o candidato analise o partido em que ele está filiado. Entre no site do partido e conheça o seu estatuto, o seu programa institucional, as suas diretrizes e resoluções. Com auxílio do localizador digite palavras do seu interesse (legalização do aborto, eutanásia, reforma agrária, etc) e verifique se a sua ideologia, as suas convicções, os seus valores e princípios se coadunam com a ideologia do partido do seu candidato, bem como dos partidos que compõem a sua coligação.
O momento exige oração, cautela e sabedoria.
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