O Silenciamento que mata

Por Mariana Moreira – Até quando iremos silenciar diante do genocídio dos palestinos em Gaza?
Uma pergunta que nos inquieta diariamente quando o frequente noticiário nos escancara imagens de hospitais, casas, escolas, abrigos destruídos por bombardeios que deixam um rastro não apenas de escombros e ruinas, mas de corpos mutilados, vidas interrompidas, esperanças abortadas violentamente pelo espocar de mísseis e destruição.
O silenciamento começa com a inversão conceitual propositalmente elaborada para angariar simpatia da opinião pública e anular, ou minimizar e/ou superdimensionar, os efeitos dramáticos de suas ações.
Os palestinos ao se organizarem, inclusive, com os recursos das armas, são classificados como “terroristas”. Portanto, sem quaisquer possibilidades de discussão e entendimento acerca de quais circunstâncias os suspenderam a condição de desterrados e retirantes em sua própria pátria. Se encastelam em uma pequena faixa de terra que traz uma história de vida e de resistência de milhares de séculos.
Histórias e resistências que, aparentemente, são silenciadas e negligenciadas intencionalmente para, apenas e tão somente, justificam seu extermínio.
E o mundo silencia diante das lágrimas da menina palestina que chora a fome, o medo, as ruínas de sua casa destruída com seus pais, seus brinquedos e sua inocência. Brinquedos e inocência que são tão caros a todos nós como ferramentas vitais a nossa composição de humanos íntegros e proativos.
O mundo silencia diante das ruinas de abrigos, escolas e hospitais devastados por bombardeios e que trazem sob seus escombros corpos mutilados e desprovidos de quaisquer possibilidades de proteção, aprendizado e conhecimento e cura de males de corpos e almas.
Ora, a compreensão que nos é imposta é a de que o genocídio que está destruindo a Faixa de Gaza é apenas e tão somente um país usando o seu legítimo poder de autodefesa. Um país que, outrora, teve parte de seu povo mutilado e assassinado em câmeras de gás, em fornos crematórios, em campos de concentração e extermínio com seus algozes trazendo como legítimo argumento a necessidade de autodefesa.
Os palestinos que, secularmente, desde os tempos bíblicos, ocupam e vivem na região da Faixa de Gaza só desejam ter a terra para viver, a casa para o abrigo e o descanso, o hospital para a cura dos males, a escola para a aquisição do conhecimento. A reação a esse direito que vem, desde longo período, sendo ultrajado por invasões e ataques militares é tão somente a necessidade de existir. E, como a Terra Prometida, a região pode ser solo de unidade entre irmãos. Jamais palco de conflitos e tanto derramamento de sangue, justificado apenas e tão somente, por interesses colonialistas de dominação e poder.
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