Planejar faz bem

Por Mariana Moreira – A ausência de planejamento, em qualquer instância de nossas vidas, sempre nos causa transtornos. O planejamento funciona como uma ferramenta fundamental para que nossas ações não sejam marcadas, permanentemente, pelo improviso e pelo imponderável. Se vamos viajar antecipadamente compramos as passagens, arrumamos bagagem, antecipamos compromissos. Se vamos fazer a feira, antecipadamente elaboramos uma lista dos itens a serem adquiridos e organizamos um roteiro que orientará nosso percurso.
Quando situamos a questão do planejamento em outras dimensões ela torna-se essencial como estratégia para organizar a vida, sobretudo, quando ela se coloca no coletivo.
Dessa forma, o planejamento como mecanismo de assessoramento da gestão pública cada vez mais assume a proporção de vitalidade para a eficiência e a operacionalidade da administração. Planejar os investimentos. Definir as políticas e ações. Ter previsibilidade de tempo e atitudes que comporão a execução das ações de governo. São comportamentos necessários quando se tem a coisa pública como sinônimo de execução de gestos que atendam demandas e mudem vidas e situações. Planejar e, sobretudo, submeter esse planejamento a uma aprovação e avaliação constante da população, vem se convertendo, nos tempos presentes, em interessante opção de gerenciamento do Estado.
Planejar representa ainda a possibilidade de multiplicar acertos e reduzir equívocos. Mas, ao mesmo tempo, planejar exige a descentralização de ações e poderes e, sobretudo, a visibilidade e transparência. Situações que, infelizmente, ainda não são práticas corriqueiras em nossas gestões públicas. Recentemente, pude vislumbrar a visualização dessa situação do alto do morro do Cristo Rei, em Cajazeiras. A ausência de um planejamento urbano se personifica na explosão de loteamentos que surgem na cidade e que vão se instituindo seguindo exclusivamente a orientação dos cifrões. Áreas verdes são destruídas, córregos são irresponsavelmente aterrados, ruas são traçadas sem a observância de espaçamento, os espaços destinados à construção de equipamentos sociais e áreas de laser se diluem em pequenos retângulos. Novas áreas urbanas que surgem sem a preocupação em prever de onde virá à água para o abastecimento humano, como será realizada a coleta de lixo e o esgotamento sanitário.
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E assim, a ausência de planejamento transforma um pequeno declive de terreno em uma avenida numa lagoa onde a água da chuva que antes corria por um córrego, agora aterrado por um loteamento, se represa no leito da rua, formando uma interessante paisagem. Paisagem que, plasticamente tem sua beleza, mas que atesta a incompetência de quem gerencia a coisa pública.
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