Polo médico de Cajazeiras

Por Francisco Frassales Cartaxo – Na companhia de José Crispim, engenheiro construtor, percorremos vários cantos de Cajazeiras, visitando novos empreendimentos na área da saúde, que podem mudar o eixo do nosso crescimento. Obras expressivas de implantação e ampliação de hospitais e clínicas médicas. O Hospital do Sertão, na saída para Sousa, é um hospital geral de 80 leitos, com 4 pavimentos, blocos cirúrgicos e a emergência no térreo. Na zona norte está em construção a unidade especializada em oncologia do Hospital Napoleão Laureano. Outra novidade é um hospital-dia, localizado em área residencial nobre, não muito distante do recém-inaugurado Centro de Imagem. Todos empreendimentos privados.
Na área pública tem início ampla reforma na velha maternidade, ao lado do pioneiro Hospital Regional. Não tive informação segura do Hospital Universitário Júlio Bandeira, mas pela dinâmica do ensino, somada à sensibilidade do governo do presidente Lula, suponho que continuará seu processo de modernização.
Junte-se a eles a razoável infraestrutura hospitalar, já em operação. Portanto, é lícito ter otimismo quanto ao papel significativo desse conjunto no rumo do crescimento de Cajazeiras. Chega numa boa hora, substituindo a fase até aqui protagonizada pela educação, desde o começo do século, tendo a extraordinária expansão do ensino superior como fonte propulsora. Etapa, aliás, que ajuda a outra. Uma dezena de cursos superiores na área saúde, incluindo dois de medicina, induz a formação do polo médico, que, ao se consolidar, abrirá nova frente de oportunidades de investimentos além do campo médico e em outros setores.
Assim tem sido em toda parte.
LEIA TAMBÉM:
Os investimentos no campo da saúde levam algumas vantagens em comparação com a fase anterior de expansão do ensino superior e técnico. Primeiro, se beneficia das “economias externas”, isto é, da oferta local de fatores de produção, em especial de mão de obra especializada de nível superior e médio, propiciada pelos cursos nas áreas de saúde e de tecnologia da informação. Segundo, a geração de emprego hospitalar é muito mais alta do que na educação. Terceiro, produzirá efeito imediato no desenvolvimento da Cajazeiras, em virtude do fluxo constante de pacientes e suas famílias.
Então Cajazeiras é vocacionada ao setor de serviços?
Não penso assim. A garantia d’água o ano todo graças à transposição do São Francisco continua a ser um desafio. É irrelevante que as grandes faixas de terras irrigáveis se situem em outros municípios. Importa aproveitar as oportunidades derivadas da proximidade de matérias primas geradas na agricultura e na pecuária. Já temos exemplos reais, como a instalação modernizada de novo laticínio, onde havia o da Cooperativa. Os atuais proprietários investem num parque industrial para diversificar a linha de produtos e expandir dez vezes a capacidade de produção.
Portanto, não é mais hora de ficar esperando que o poder público resolva tudo. Vamos mostrar que a classe empresarial cajazeirense também sabe ousar. Há um século, o coronel Joaquim Matos implantou moderna usina com prensagem de pluma e fabricação de óleo de algodão. Nos anos sessenta, Raimundo Ferreira construiu rodoviária e operou linha de ônibus para São Paulo.
Sócio da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.

Deixe seu comentário