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VÍDEO: Eclivaneide Caldas conta detalhes da sua trajetória de vida e afirma: “Eu nasci para ser professora”

A professora Eclivaneide já atuou em diversas áreas da educação e hoje é pró-reitora do Centro Universitário Santa Maria. Ela relembrou da infância e sua trajetória na educação

Por Priscila Tavares

26/03/2023 às 10h33 • atualizado em 26/03/2023 às 10h37

A convidada do programa Interview Personalidade dessa semana foi a professora Mestra e Pró-reitora do UNIFSM (Centro Universitário Santa Maria), Eclivaneide Caldas de Abreu Carolino. A educadora falou sobre a infância, a família, relembrou os anos em que estudou no Colégio Nossa Senhora de Lourdes (CNSL), de tudo que aprendeu na instituição, e toda sua trajetória na educação.

Eclivaneide Caldas é Mestre em Sistemas Agroindustriais pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Especialista em: Ensino de Língua Portuguesa e Linguística; Ensino de Língua Portuguesa e Literatura; Metodologia do Ensino Fundamental; Educação, Desenvolvimento e Políticas Educativas; Licenciada em Letras pela Universidade Federal da Paraíba e em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba.

Na sua carreira profissional já atuou como professora da Educação Básica e Superior, foi secretária da Educação e diversos cargos na Prefeitura de Cajazeiras. No UNIFSM atuou como coordenadora e em diversos segmentos da instituição. Atualmente é Pró-reitora de Graduação no Centro Universitário Santa Maria, além de professora de Língua Portuguesa, procuradora Educacional Institucional, revisora de textos e coordenadora da Comissão de elaboração dos documentos institucionais.

A professora Eclivaneide Caldas nasceu no distrito de Boqueirão, e conta que perdeu o pai ainda muito jovem. Por ser a filha mais velha, ao lado da mãe, ajudou a criar os demais irmãos. Ela relembra quando foi estudar interna no CNSL e do desejo em ser freira.

“Eu tive um desejo muito grande de ser freira porque eu estudei interna 12 anos no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e foi muito importante, eu aprendi muita coisa da minha vida lá. Eu tive uma vida muito boa com as irmãs Dorotéias. Era mais um sonho de adolescente, porque eu admirava muito as irmãs”, disse.

Com as irmãs Dorotéias, Eclivaneide conta que aprendeu muitas lições para a vida. Durante o internato teve aulas de canto, violão, etiqueta, piano, tricô, crochê, literatura, de como uma mulher deveria sentar e se comporta em público.

“Era uma preparação para a vida. Era uma educação bem rígida, mas que foi tudo de bom na minha vida, se eu nascesse de novo eu gostaria de passar por esse processo novamente, porque lá eu aprendei tudo. Aprendi a ser professora, ser educadora; começou lá, todo sonho começou lá; aprendi a ser mãe, ser esposa, ser amiga, ser profissional, a cozinhar, bordar, aprendi uma infinidade de atividades. Aprendi valores para vida, com as irmãs Dorotéias, que eu não quero perdê-los”, destacou a professora.

A entrevistada disse que para pagar seu internato trabalhava no Colégio, cuidando do jardim, lavando louça, organizando a mesa paras as refeições. “Para estudar eu tive que trabalhar. Eu pagava meu internato com meu trabalho, terminava as aulas eu ia varrer as salas de aula e também as vezes ficava na cozinha, regava o jardim, era uma contrapartida para o teu estudo”, contou.

Eclivaneide costumava dizer: “Quando eu me casar, na minha casa eu não vou ter uma planta, só vou plantar cacto e eu também não vou lavar um prato”. Hoje ela ama cuidar de plantas e já teve mais de 15 samambaias, além de gostar muito de louças de cerâmica, metal e inox.

“Tem alguns utensílios que eu guardo desde o início do meu casamento com muito carinho. Eu sou muito de valorizar a tradição, de valorizar o passado, nós sabemos que hoje é tudo muito lindo, internet, a vida é muito deslumbrante com o que a modernidade oferece. Nós temos que ter o senso crítico, nós devemos ser seletivos, porem nós temos que valorizar o passado. O que nós somos hoje é fruto de toda uma história”, ressaltou a professora.

Ela sempre foi conhecida por ser muito educada, uma criança modelo. O que ninguém sabia é que ela gostava de beliscar outras crianças. “Eu não fui essa menina tão santinha não. Eu beliscava, eu achava bom beliscar, mas meu pai que era um grande educador me castigava bastante, minha mãe era mais mansa, já que tinha meu pai para castigar. Eu fazia isso, é verdade”, disse.

Durante a entrevista Eclivaneide foi surpreendida com homenagens em vídeos dos filhos Rodolfo e Ítalo, do sobrinho Pierre e de duas irmãs. Com um sorriso no rosto ela destacou o amor que tem pelos irmãos e sobrinhos, que os tem como filhos. “Meu pai e minha mãe nos ensinaram a sermos uma família unida e uma família que se ama. Eu sei que sou exigente, meu amor é exigente, mas eu amo vocês demais”, destacou.

“Eu te amo meu amor. Meu Ítalo e meu Rodolfo”. Uma mãe que demostrou todo o amor pelos filhos. Ela também destacou o neto, José Neto, que nascerá ainda este ano, explicando porquê desse nome.

“Ele tem o nome José Antônio e eu preciso falar dessa homenagem. Primeiro eu sempre fui devota de São José. Fui evangélica um tempo, porque minha mãe era evangélica. Eu fui da Congregação Cristã, passei um tempo na Congregacional, só que eu nunca me assumi totalmente como evangélica porque eu sempre estava lá, mas sempre gostei muito da igreja Católica porque eu também amo muito Nossa Senhora. A gente sabe, com todo respeito, que a parte evangélica respeita Nossa Senhora como a mãe de Jesus, mas eu gosto da devoção a Nossa Senhora, da devoção a São José. Meu avô paterno era José, meu pai era José, meu filho é Ítalo José e nosso neto vai ser José Antônio”, disse.

Eclivaneida marcou a data de sua aposentadoria para o dia 22 de dezembro de 2025, pois, segundo ela, quer estar presente na educação do neto, na sua formação para a vida.

Em toda sua trajetória na vida profissional, a professora conta como chegou no cargo de pró-reitora da UNIFSM. Ela está no Centro Universitário Santa Maria há 15 anos e fala que não há palavras para descrever a importância da instituição em sua vida.

“Eu não tenho palavras para dizer o que representa na minha vida, é uma história inenarrável, são fatos que são transcendentais que aconteceram. Contar com o apoio das duas reitoras, a Prof. Mestra Ana Goldfarb e a Prof. Drª Sheylla Nadjane, é tudo de bom na minha vida. Eu não sei se merecia tanto. Eu sou muito grata a Deus. Eu estou lá porque elas me reconheceram, me valorizaram, porque sabem que eu amo a instituição”, destacou a professora.

Durante a entrevista ela falou sobre a educação no Brasil e afirmou: “Eu gostaria que houvesse mais investimentos”. Eclivaneide destacou o mau exemplo que é a corrupção no país para os jovens, distorcendo valores éticos, morais e religiosos.

“Eu não sou satisfeita com a educação do país porque, nós sabemos que melhorou muito alguns governos melhoram outros pioram, alguns parlamentares lutam outros não se preocupam. Nesse momento eu vou defender a educação superior, eu sei que existe Prouni , Fies. Através deles o filho do trabalhador, que não teria condição de mandar um filho estudar em João Pessoa, em Campina [Grande], em outra cidade que não fosse em Cajazeiras, não teria condição. Hoje o filho do agricultar, da pessoa da periferia, do homem que tem um salário baixo e de famílias carentes estão estudando na faculdade através do Prouni e do Fies”, enfatizou Eclivaneide.

Entre as injustiças do mundo ela destaca a pior como a falta de respeito aos diferentes, pretos, pobres, indígenas e a comunidade LGBTQIA+.

“A pior injustiça é com a questão da sexualidade, da orientação sexual, a questão de raça, com o pobre. O pobre é injustiçado, indígena é injustiçado, crianças da periferia, idosos, garotas de programa, pessoas que não são heterossexuais, pessoas de outras religiões, então eu considero muita injustiça não tratar com respeito os diferentes, eu considero muita injustiça não respeitar a orientação sexual do outro”, disse.

Eclivaneide falou da felicidade que rege sua vida, das realizações e afirmou: “Eu nasci para ser professora”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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