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Filme Lula – O Filho do Brasil entra em cartaz em todo o Brasil

Após ser exibido em uma pré-estreia para convidados no ‘Fest Aruanda’ em João Pessoa, entra em cartaz a superprodução, Lula – O Filho do Brasil (2009, Fábio Barreto). O filme, o de maior orçamento feito até então, estimado em R$ 17 milhões (Proibido Fumar, por exemplo, custou R$ 3,8 milhões), narra a trajetória de Luiz […]

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01/01/2009 às 11h36

/Após ser exibido em uma pré-estreia para convidados no ‘Fest Aruanda’ em João Pessoa, entra em cartaz a superprodução, Lula – O Filho do Brasil (2009, Fábio Barreto). O filme, o de maior orçamento feito até então, estimado em R$ 17 milhões (Proibido Fumar, por exemplo, custou R$ 3,8 milhões), narra a trajetória de Luiz Inácio da Silva: de retirante a presidente.

Há estrelas na produção como Glória e Cléo Pires, mesmo que o filme não seja protagonizado por um rosto conhecido, o ator que faz o presidente Lula, em fase adulta, é o estreante Ricardo Diaz – que ganhou o papel com a desistência do também desconhecido Tay Lopez que não aguentou o ritmo de engorda e emagrecimento que o personagem exigia.

Lançado em ano eleitoral, quando o presidente Lula encerra o segundo mandato e aposta todas as suas fichas no candidata de seu partido, Lula – O Filho do Brasil é centrado na emoção, valorizando a trajetória de superação do presidente. “Teu nome vai ser Luiz Inácio”, diz uma premonitória Glória Pires, interpretando a dona Lindu, banhando o menino em uma bacia, numa casa paupérrima do interior pernambucano.

É um longa semelhante ao que foi adotado em produções voltadas para o grande público, como foi o caso de 2 Filhos de Francisco (2005, direção de Breno Silveira). Todavia, mesmo que palminhando por veredas emocionais e dramáticas, a grande diferença reside em que, quando o filme da dupla sertaneja aposta na contenção, o do presidente vai pelo caminho inverso e extrapola, exarceba. Melhor exemplo disso é a cena da morte da primeira mulher de Lula, Lurdes, interpretada por Cléo Pires. A maneira maniqueísta como a trama é conduzida, simplificando tudo entre bons e maus, heróis e vilões, traçando um horizonte chapado e antipático.

O início na política, à frente de uma poderosa plataforma que era o sindicato, Lula ajudou a soterrar os escombros finais da ditadura, no final da década de 1970. A tomada de poder no sindicato com suas consequentes contradições entre ceder e recuar diante das propostas do patrão foram deixadas de lado em troca de uma mitificação – a cena em que, sem microfone, Lula tem o seu discurso reproduzido voz a voz por uma multidão de operários beira o fervor religioso.

O Lula real é mais simpático. Tem defeitos, parece com o povo.

Do Jornal da Paraíba

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