header top bar

section content

VÍDEO: Diretores do Laureano destacam ações do hospital, unidade em Sousa e possível extensão em Cajazeiras

Com a unidade do Hospital Laureano em Sousa, reacende a expectativa de voos regionais para o Sertão. Diretor financeiro disse que comandante da TAM confirmou que teria uma aeronave à disposição para levar a equipe do Laureano à inauguração na 'cidade sorriso'

Por Priscila Tavares, estagiária

26/12/2022 às 21h41 • atualizado em 27/12/2022 às 21h31

A TV Diário do Sertão entrevistou, nesta segunda-feira (26), com exclusividade, o presidente e o diretor financeiro da Fundação Napoleão Laureano, Marcelo Lucena e Carneiro Arnaud, respectivamente; e também o diretor geral do Hospital Napoleão Laureano, Marcílio Cartaxo. Em pauta, conversaram sobre a instalação do Núcleo Oncológico do Hospital Napoleão Laureano em Sousa e da possível implantação de uma unidade em Cajazeiras, entre outros assuntos da fundação e do hospital.

O Napoleão Laureano é um hospital referência em atendimento oncológico no Nordeste. Segundo o presidente Marcelo Lucena, foi recentemente classificado como o sexto melhor do Brasil para atendimentos em oncologia. Além de referência, “o hospital é considerado CACON, Centro de Alta Complexidade Oncológica; só quem é CACON, na Paraíba, é o Hospital Napoleão Laureano”, ressaltou o diretor Carneiro.

Atendimentos

O Laureano atende hoje cerca de mil pessoas por dia advindas dos 223 municípios paraibanos, além dos estados vizinhos. Segundo Carneiro Aranaud, quando o hospital foi inaugurado, existiam apenas 50 leitos; hoje contam com 142. A unidade está em reforma, construindo mais 21, passando para 163 leitos. Já na área de oncologia infantil houve, também, avanços na sua estrutura.

“Quando nós inauguramos o hospital em 1962, ele tinha enfermaria com dois leitos para crianças. Hoje nós temos um bloco da pediatria com 21 apartamentos com serviços de quimioterapia, fisioterapia, brinquedoteca, gabinete odontológico, recepção. É completo o serviço de pediatria do hospital Laureano”, afirmou o médico.

O hospital conta com serviços de fonoaudiologia, serviço social, nutrição e dietética; bloco cirúrgico com 6 salas que atendem todas as especialidades como neurocirurgia, cirurgia torácica, de abdômen, de mama, ginecologia, urologia, ortopedia etc.; além de três aceleradores lineares utilizados em tratamento de radioterapia, microscópio robótico, Pet-Scan (exame de imagem) e os únicos aparelhos de braquiterapia e neuronavegador da Paraíba. “Nós temos um serviço completo para dar a melhor assistência ao portador de câncer da Paraíba”, afirmou Carneiro.

Marcílio Cartaxo, diretor geral do Hospital Napoleão Laureano (Foto: Petson Santos / TVDS)

O Napoleão Laureano é o “hospital da vida”, afirma o diretor. Ele cita o coral Bela Voz, composto por pacientes laringectomizados, que tiveram a laringe completamente retirada por decorrência do câncer. Ele diz ainda acreditar na cura do câncer, mas reforça que no momento o combate à doença é com a prevenção.

“Hoje nós estamos curando muita gente. Nós fazemos as campanhas, incentivamos o Outubro Rosa, que é para orientar a mulher – o câncer de mama é o de maior incidência -, o Novembro Azul, que é o câncer de próstata, para o homem fazer o seu exame, procurar o diagnóstico precoce. Porque se você for diagnosticado cedo e é tratado por uma equipe competente, você cura”, enfatizou Arnaud.

Para manter o hospital

O Hospital Napoleão Laureano é uma entidade filantrópica e como qualquer outra como essa no Brasil, enfrenta dificuldades; e por se tratar de uma entidade oncológica, essa dificuldade dobra, diz o médico Carneiro Arnaud.

“O Hospital Napoleão Laureano, para ele funcionar, nós temos uma despesa mensal em torno de um pouco mais de 7 milhões de reais por mês. Nós temos um contrato com o Ministério da Saúde, o SUS [Sistema Único de Saúde], eles nos repassam por mês 4 milhões. A conta não fecha. Mas graças às emendas parlamentares federais e agora dos deputados estaduais, dos vereadores da capital… É um trabalho conjunto”, explica o diretor financeiro.

O presidente da fundação, Marcelo Lucena, traz como exemplo o gasto do atendimento de um único paciente com leucemia que pode custar até R$ 50 mil por mês. Desse atendimento, o SUS repassa apenas R$ 12 mil, a diferença é arrecadada através de doações.

Como a maioria dos medicamentos para tratamento oncológico é de alto custo e boa parte é cotada em dólar, para manter o funcionamento do hospital, além da contribuição do poder público, eles contam com a ajuda da população e de ações realizadas para levantar verbas.

Carneiro Arnaud explica que qualquer pessoa usuária da Energisa, empresa fornecedora de energia, pode doar para o hospital Laureano. É só ligar para a empresa e falar que quer doar ao hospital qualquer valor que será somada a sua fatura mensal; e quando não quiser mais fazer a doação é só ligar novamente e pedir para cancelar. Ele conta que na Paraíba existem um pouco mais de 1 milhão de usuários da Energisa e se cada um doasse 2 reais, o hospital receberia 2 milhões de reais por mês.

Marcelo Lucena, presidente da Fundação Napoleão Laureano (Foto: Petson Santos / TVDS)

Extensão do Laureano em Sousa e Cajazeiras

O Núcleo Oncológico do Hospital Napoleão Laureano em Sousa já “está sendo construído, está sendo consolidado”, afirmou o diretor financeiro Carneiro Arnaud. A obra está encaminhada com previsão de término para o primeiro semestre de 2023. Sousa recebe a unidade devido à persistência da vereadora Lana Dantas (Rede), que afirma que sempre foi seu sonho e que agora está concretizando.

A instalação da unidade será feita onde funcionava o antigo prédio do Pronto Socorro e do Hospital Materno Infantil do município. O imóvel foi doado pelo prefeito Fábio Tyrone e a reforma e ampliação, no valor inicial de R$ 1 milhão, será feita pelo Governo do Estado. A ideia é a descentralização do hospital para ficar mais próximo dos pacientes evitando o deslocamento dos doentes para João Pessoa.

“Vai ser uma unidade que vai dar um suporte, principalmente a consultas, retornos de cirurgias; a parte laboratorial vai poder também nos dar um suporte nesse sentido e deixando a alta complexidade, que são as cirurgias mais intensas e os equipamentos mais custosos, dentro de João Pessoa”, conta Marcelo Lucena.

Carneiro Arnaud, diretor financeiro da Fundação Napoleão Laureano (Foto: Petson Santos / TVDS)

Cajazeiras é uma grande candidata a receber também uma extensão do Hospital Napoleão Laureano. Carneiro aponta que Cajazeiras é um polo de desenvolvimento, com duas faculdades com cursos de Medicina, e a unidade do Laureano beneficiaria os estudantes com a possibilidade de estudo e prática na cidade.

Já o diretor geral Marcílio Cartaxo, que é cajazeirense, contou que a ideia de implantar a unidade no município foi aceita pela diretoria. “O que tem que ser feito em Cajazeiras para a gente poder implantar outra unidade é que a sociedade cajazeirense, o prefeito, a Câmara dos Vereadores, os clubes de serviços deem as mesmas condições [que Sousa] para a gente implantar a unidade na cidade”.

Marcelo Lucena ressalta a importância de uma unidade do Laureano na cidade Cajazeiras, pois beneficiaria pelo menos 14 municípios circunvizinhos, mas que há a necessidade do engajamento do poder público para se consolidar. Já Marcílio Cartaxo enfatiza que cabe à sociedade se unir para cobrar, assim como fez para conseguir o IML [Instituto Médico Legal], o curso de Medicina do campus da UFCG e o aeroporto.

Com a unidade do Hospital Laureano chegando na ‘cidade sorriso’, reacende a expectativa de voos regionais para o Sertão. O diretor Carneiro disse que recebeu o comandante da empresa aérea TAM, que confirmou que teria uma aeronave à disposição para levar a equipe do Laureano à inauguração da unidade em Sousa, e que há entusiasmo e possibilidade de abrir novos investimentos aéreos na região.

*Com supervisão de Jocivan Pinheiro

DIÁRIO DO SERTÃO

Tags:
Recomendado pelo Google: