header top bar

section content

Engenheiro diz que falta planejamento em mobilidade urbana no Brasil e cita excesso de lombadas em Cajazeiras

Ao citar o caso de Cajazeiras, o profissional mencionou o "número absurdo" de semáforos e lombadas, sugerindo que a cidade, assim como muitas outras no país, carece de um verdadeiro projeto de viabilidade urbana

Por Luiz Adriano

03/06/2025 às 19h00

Em sua participação nesta terça-feira (3) na coluna Diário de Obras, do programa Olho Vivo, na Rede Diário do Sertão, o engenheiro civil Fernando Figueiredo chamou atenção para a falta de planejamento no uso de dispositivos de controle de tráfego em Cajazeiras e em diversas cidades do Brasil. O tema em destaque foi a mobilidade urbana e o uso, muitas vezes abusivo ou irregular, de lombadas e outros redutores de velocidade.

Segundo o engenheiro, a legislação brasileira sobre o tema é clara, mas frequentemente desrespeitada. “A lei é boa, mas cada vez mais, é menos cumprida. E isso não é novidade. Parece até que ela existe apenas para ser ignorada, ou para ser usada quando a Justiça quiser punir alguém”, criticou.

Fernando explicou que dispositivos como semáforos, lombadas e redutores podem ser ferramentas eficientes para o controle do tráfego, desde que utilizados corretamente e com base em estudos técnicos. Ele citou como exemplo a Resolução nº 600/2016 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que exige projeto técnico detalhado para a instalação de lombadas, incluindo a assinatura de um engenheiro de tráfego responsável.

De acordo com a norma, a altura máxima de uma lombada deve ser de 8 a 10 centímetros, e sua plataforma deve ter entre 1,5 a 3,5 metros de largura. Além disso, a instalação precisa considerar a drenagem urbana, para evitar alagamentos. “Uma lombada mal planejada pode atrapalhar o escoamento da água e causar outros problemas para a cidade”, alertou.

Proibições – O engenheiro também criticou o uso de dispositivos como “tartarugas” e “tachões”, que são proibidos justamente pelos danos que causam aos veículos, especialmente pneus e suspensões. “Lembrando que quem financia a infraestrutura urbana é o cidadão, através do IPVA, do emplacamento e licenciamento dos veículos. Colocar um equipamento cuja principal função acaba sendo danificar os veículos é um erro grave”, argumentou.

Figueiredo ainda lembrou que as consequências atingem também os transportes públicos. “Uma solução não pode criar outro problema”, disse o profissional ao ressaltar que se a intenção é reduzir a velocidade e aumentar a segurança, é necessário usar de critérios técnicos e responsáveis.

Cajazeiras – Ao citar o caso de Cajazeiras, o engenheiro mencionou o “número absurdo” de semáforos e lombadas, sugerindo que a cidade, assim como muitas outras no país, carece de um verdadeiro projeto de viabilidade urbana. “Falta prioridade. Planejamento, na prática, é contratar equipe técnica para mapear a cidade, identificar os pontos críticos e dimensionar os equipamentos adequados. Só assim essas soluções funcionam de verdade”, concluiu.

Fernando Figueiredo é engenheiro civil e professor universitário. Inscreva-se em seu canal do Youtube: Canal do Fernando Figueiredo ou acesse seu Instagram: @fernandofigueiredos.

DIÁRIO DO SERTÃO

Recomendado pelo Google: