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VÍDEO: Produção de doces em engenho centenário de Cajazeiras resiste ao tempo e recebe visitantes todo ano

No sítio Riacho do Meio, a moagem de cana de açúcar, prática secular herdada pelos antepassados, é uma atividade coletiva que acontece uma vez por ano e envolve amigos, familiares e vizinhos

Por Luis Fernando Mifô

29/09/2023 às 14h08 • atualizado em 29/09/2023 às 14h13

Uma tradição nordestina já dura mais de 100 anos na comunidade rural Riacho do Meio, no município de Cajazeiras, no Alto Sertão da Paraíba.

No Riacho do Meio, a moagem de cana de açúcar, prática secular herdada pelos antepassados, é uma atividade coletiva que acontece uma vez por ano e envolve amigos, familiares e vizinhos.

Todo ano a comunidade trabalha nas plantações com muito esforço e orgulho do que fazem. A moagem é uma das etapas da produção de doces tipicamente nordestinos, como a rapadura, a batida, o alfenim, a garapa e o mel da cana de açúcar.

Com mais de 30 pessoas trabalhando, o engenho recebe visitantes vindos de todas as partes do Sertão, da capital e até de outras cidades para registrar a tradição sendo mantida.

Francisco Gilvan dá detalhes do passo a passo do trabalho, desde o corte da cana, o transporte em animais, a moagem e a produção final dos doces. “O corte ocupa quatro cortadores de cana. Na parte do cambito, o transporte em burros, estamos usando cinco cambiteiros e uma média de sete burros transportando pra cá. O dia anterior é só pra encostar a cana. A gente Moi, mas eles continuam trazendo cana pra nós quebrar aqui no engenho”, conta o agricultor.

Moagem de cana de açúcar no sítio Riacho do Meio, em Cajazeiras-PB

Francisco Pereira, o Pioca, que também começou a trabalhar no engenho ainda criança, destaca a importância da parceria com a associação da comunidade para manter o engenho funcionando e recebendo centenas de visitas.

“Antes do meu avô falecer, foi passada uma parte para a associação. Daí a gente vem mantendo ele até quando puder. A gente moi e paga 10% pra associação pra manter o engenho”, explica.

Estudantes visitam engenho de cana de açúcar no sítio Riacho do Meio, em Cajazeiras-PB

Depois de morar por muito tempo em São Paulo e João Pessoa, Mislene voltou a participar da moagem na sua comunidade sertaneja. Ela aproveita para deixar uma mensagem contra o preconceito aos nordestinos e convida as pessoas a conhecerem e participarem da moagem no engenho do sítio Riacho do Meio.

“Às vezes as pessoas têm preconceito dos nordestinos, mas essa comunidade é um lugar muito lindo de se viver, onde todo mundo se reúne e trabalha todo ano na cana de açúcar. A mensagem que eu deixo é que as pessoas venham conhecer e participar da moagem.”


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