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EXCLUSIVO: Perito dá detalhes sobre jovem de Uiraúna que morreu tomado por larvas: “Uma imundície ímpar”

"Em Uiraúna não tem Agente Comunitário de Saúde?", questionou o perito que disse não entender tamanha omissão de familiares, vizinhos e agentes públicos

Por Luiz Adriano

23/12/2021 às 17h35 • atualizado em 23/12/2021 às 17h45

O perito criminal Júlio César, ele que é perito oficial da Polícia Científica da Paraíba, concedeu entrevista ao programa Balanço Diário da TV Diário do Sertão e falou sobre o caso do deficiente físico José Augusto de Lima, de 22 anos, que foi encontrado morto na madrugada do último dia 13, com o corpo cheio de larvas na cama onde dormia, em sua residência, na cidade de Uiraúna, na região de Cajazeiras.

Segundo Júlio César, o objetivo da perícia é esclarecer os fatos. Ele disse que não tem como negar a veracidade das apurações feitas no local. “Não dar para contestar o exame pericial que informa que sim, havia imundície no quarto, havia tapurus, havia fezes, tanto no colchão como sobre e sob a pessoa do José Augusto Lima”, relatou o perito.

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A cama que José Augusto dormia. (Foto: TV Diário do Sertão).

A mãe do rapaz, dona Elizélia Augusto de Lima, durante entrevista também ao Balanço Diário, negou as acusações e disse que o filho nos últimos dias estava muito estressado, apesar de ser medicado diariamente. Ela explicou que não percebeu debaixo do lençol porque José Augusto não deixava que ela observasse. O padrasto, seu Francisco Camilo da Silva, disse que até o banho do jovem era forçado.

Júlio César, o perito criminal, disse que talvez, a mãe do jovem não tenha conseguido visualizar o quadro em que seu filho se encontrava, devido a baixa luminosidade no local. Ele informou que os membros inferiores do rapaz estavam cobertos por um lençol, no entanto, “não tinha como não sentir o odor das fezes e da urina. O odor era insuportável, uma imundície ímpar”, pontuou o perito.

Ele acrescentou que lhe causa espanto a falta de percepção dos vizinhos em não ter detectado o mal cheiro no ambiente. O profissional questionou também a falta de atuação de agentes públicos.

“Em Uiraúna não tem Agente Comunitário de Saúde? Que pudesse tá visitando, vendo? Já que essa criança tinha deficiência há alguns anos? Isso já era detectado, porque ai pode sim também ter a questão da omissão por parte dos vizinhos e por parte de outros agentes públicos”, enfatizou.

O perito explicou que a atitude da mãe ficou muito a desejar. Segundo a investigação, ela teria assinado um termo de responsabilidade rejeitando que o SAMU levasse seu filho para ser internado.

“A mãe neglicenciou cuidados básicos, foi omissa em vários pontos, em não deixar o pessoal do SAMU levar o filho, em não realizar a devida limpeza, assepsia, os cuidados de higiene pessoal para com o seu próprio filho”, concluiu.

Clique abaixo e veja a entrevista completa com a mãe de José Augusto:

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DIÁRIO DO SERTÃO

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