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VÍDEO: Moradores que lutam pela posse de terreno em Cajazeiras se emocionam em encontro com advogados

Cerca de 70 pessoas que residem no sítio Gadelha se reuniram com advogados de defesa e sindicalistas para saberem quais serão os próximos passos jurídicos em uma causa polêmica que envolve a compra de lotes de um terreno

Por Luis Fernando Mifô

18/09/2023 às 17h03 • atualizado em 18/09/2023 às 17h14

Cerca de 70 pessoas que residem no sítio Gadelha, na zona rural de Cajazeiras, se reuniram com advogados de defesa e sindicalistas para saberem quais serão os próximos passos jurídicos em uma causa polêmica que envolve a compra de lotes de um terreno.

Segundo explica os advogados Claudenilo Pereira e Edson Farias, em 2020 essas pessoas teriam sido enganadas por um homem, também da comunidade, que vendeu os lotes de um terreno que estava penhorado em um banco desde 1996, como objeto de garantia de pagamento de uma dívida.

Essa dívida teria sido executada pelo banco em 2003. Mesmo assim, o depositário fiel da terra vendeu os lotes. Acontece que, recentemente, os compradores foram surpreendidos com a notícia de que o terreno havia sido arrematado em um leilão determinado pela 4ª Vara Cível de Cajazeiras, após processo movido pelo banco.

Muitos dos compradores investiram tudo que tinham nas propriedades compradas. Algumas famílias, inclusive, tornaram a terra produtiva quando passaram a morar no local. Agora, inicia-se uma disputa jurídica envolvendo o banco, o arrematador do leilão, o vendedor das terras e os moradores que compraram os lotes.

João Paulo, que comprou um dos lotes, se emocionou ao fazer um apelo para que a situação seja resolvida

João Paulo, que comprou um dos lotes para investir na sua família, se emocionou ao fazer um apelo para que a situação seja resolvida. “A gente não quer mal-estar, a gente só quer que seja, de fato, restabelecido o direito da comunidade. Não é só por mim. Se por ventura nada der certo, eu tocaria a vida. Mas tem pessoas aqui que não tem pra onde ir”, ele disse.

O advogado Edson Farias afirma que tentará cancelar o leilão. “A gente está fazendo essa leitura processual, identificando as falhas que restaram demonstradas nesse leilão e vamos entrar com embargos de terceiros, representando mais de 70 famílias do Gadelha, para tentar obstar a efetivação desse leilão”, explicou.

O advogado Claudenilo Pereira diz que buscará também processar criminalmente o homem que vendeu os lotes. “Iremos acionar juridicamente, dentro dos autos do processo, aquilo de necessário para garantir a posse das pessoas que estão aqui e também responsabilizar criminalmente a pessoa que usou de má fé e fez a venda sabendo que não podia vender, sabendo que existia uma dívida originária lá do ano de 96 nessas terras”, avisou.

DIÁRIO DO SERTÃO

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