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OUÇA: José Aldemir admite colapso financeiro, atrasos de salários e diz que temeu risco de cassação

O prefeito estava novamente justificando o motivo pelo qual decidiu cancelar o Xamegão 2023, tradicional festa junina de Cajazeiras, e acabou revelando na entrevista que a situação é bem problemática

Por Luis Fernando Mifô

22/08/2023 às 15h33 • atualizado em 22/08/2023 às 20h19

Em entrevista à rádio Arapuan FM nesta terça-feira (22), dia em que Cajazeiras celebra 160 anos, o prefeito José Aldemir (PP) admitiu que a sua gestão vivencia um colapso financeiro, sobretudo na área da saúde.

O prefeito estava novamente justificando o motivo pelo qual decidiu cancelar o Xamegão 2023, tradicional festa junina de Cajazeiras, e acabou revelando na entrevista que a situação é bem problemática.

“Nós estamos passando por um colapso financeiro, s0bretudo na saúde. Se a Secretaria de Saúde do município de Cajazeiras atendesse exclusivamente Cajazeiras, era uma beleza, era um céu de brigadeiro. Entretanto, nós atendemos 70 a 80 por cento das ações de política de saúde dos 14 municípios”, alegou o prefeito.

José Aldemir vai além e revela que ao se encontrar com o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Nominando Diniz, este teria alertado que realizar uma festa pública nesse momento seria risco iminente de desaprovação de contas e uma possível cassação de mandato, isso porque a administração de José Aldemir é marcada por constantes atrasos na folha salarial de servidores e até fornecedores. O prefeito fez um relato do que teria dito o presidente do TCE.

“Como é que você vai justificar fazer uma festa, a saúde nessa situação? Como é que você vai fazer uma festa com atraso de pagamento de servidor público? Como é que você vai fazer uma festa sem cumprir as obrigações dos fornecedores? Como é que você vai fazer uma festa nas condições que você está aqui me demonstrando contabilmente. Você vai cavar sua sepultura porque você vai pecar por improbidade administrativa, vai ter suas contas rejeitadas, vai correr o risco de ser cassado e se tornar inelegível. É uma loucura você fazer isso. E dessa forma que eu tomei a decisão para não me precipitar”, relatou o prefeito.

Aldemir pondera afirmando que compreende a importância da festa para o povo e para a economia local. Mas alega que não podia correr riscos. “Eu sei que é uma festa tradicional do nosso povo. Ano passado eu fiz o São João fora de época alegando a questão do covid. Esse ano eu estava prevendo, estava tudo planejado, as bandas devidamente apalavradas, mas eu não tinha como pagar e não podia me submeter a esse tipo de situação.”

DIÁRIO DO SERTÃO

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