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Cajazeiras se mobiliza contra o suicídio e coordenadora alerta “É um tabu”. VÍDEO

Brasil é o oitavo país do mundo em número de suicídios, segundo a OMS

Por Jocivan Pinheiro

12/09/2016 às 15h22 • atualizado em 12/09/2016 às 17h07

O Ministério da Saúde escolheu setembro como o mês que simboliza o combate a problemas mentais que levam a tentativas de suicídio ou o suicídio consumado. Assim como existe o Outubro Rosa (combate ao câncer de mama) e o Novembro Azul (combate ao câncer de próstata), o Setembro Amarelo é o mês de campanha contra o suicídio.

Campanha do Setembro Amarelo

Campanha do Setembro Amarelo

Um novo relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) chama a atenção de governos para o suicídio, considerado “um grande problema de saúde pública” que não é tratado e prevenido de maneira eficaz.

VEJA TAMBÉM: Governo da Paraíba realiza campanha de prevenção ao suicídio

Segundo o estudo, 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos – taxa de 11,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. De acordo com a agência das Nações Unidas, 75% dos casos envolvem pessoas de países onde a renda é considerada baixa ou média.

O Brasil é o oitavo país em número de suicídios. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres (taxa de 6,0 para cada grupo de 100 mil habitantes). Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. O país com mais mortes é a Índia (258 mil óbitos),  seguido de China (120,7 mil), Estados Unidos (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).

Em Cajazeiras
Trazendo para Cajazeiras e as demais cidades que fazem parte da região, os números de suicídios e de tentativas são considerados preocupantes. A coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Cajazeiras, Namíbia Figueiredo, acredita que o principal obstáculo para reduzir esses números ainda são os tabus que envolvem o assunto.

Segundo ela, as pessoas temem falar sobre a situação mental do indivíduo que apresenta sinais de que pode vir a se suicidar. Namíbia alerta que conversar não é estimular o suicídio, é iniciar o tratamento mental da pessoa e dar a ela a chance de pedir socorro.

“Conversar sobre isso não é estimular. Esse é um dos primeiros mitos. Quando a gente trata do suicídio, estamos possibilitando que a pessoa reflita. Outro mito é de que as pessoas não falam quando vão se suicidar. Mentira! Elas sempre dão dicas que a gente geralmente acha que é bobagem, que é apenas uma forma de chamar atenção. É uma forma de chamar atenção, mas de pedir socorro, de pedir ajuda.”

A coordenadora ressalta a importância da família nesse processo de ajuda, por ser a primeira que pode perceber os sinais. Ela também lembra que, além das ajudas de pessoas próximas através do diálogo, a Secretaria de Saúde de Cajazeiras oferece pelo menos três Centros de Atenção Psicossocial – CAPS que tratam da saúde mental de possíveis suicidas.

“São serviços que estão de portas abertas não só para o psiquiatra, mas também para o psicólogo e outros profissionais de qualquer necessidade que a pessoa possa ter e que estão abertos para acolher o cidadão para que ele possa exprimir a sua dor e não fazer essa tentativa.”

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