VÍDEO: Família de agricultor que morreu com suspeita de meningite acusa hospital de Conceição de negligência
Médico que atendeu o paciente alega que "em nenhum momento houve omissão ou negligência por parte dos profissionais do HMCL"
Familiares do agricultor Cosmo Izidro, de 61 anos, que faleceu no Hospital Regional Américo Maia de Vasconcelos, em Catolé do Rocha, no Sertão da Paraíba, no dia 19 desse mês, estão acusando o Hospital e Maternidade Caçula Leite, na cidade de Conceição, de suposta negligência no atendimento ao paciente.
Cosmo deu entrada no HMCL na manhã do dia 14, queixando-se de dores na garganta, com dificuldade de se alimentar e respirar. Ele foi medicado, permaneceu no hospital aguardando a realização de exames, mas seu quadro clínico piorou bastante e isso levou a equipe médica a solicitar transferência. De acordo com o médico evolucionista Steivison Lorena, somente no domingo surgiu vaga na rede estadual.
Acontece que a família do agricultor aponta suposta negligência durante o atendimento no hospital de Conceição, tanto na parte estrutural, quanto no processo de regulação de vaga para outra unidade de saúde.
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Ainda emocionado, Carlos Izidro, que é irmão da vítima, falou ao programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, nesta segunda-feira (24), que Cosmo sequer recebeu lençol e travesseiro quando foi acomodado no leito ao dar entrada. Ele também afirma que o médico teria negligenciado a gravidade do problema de saúde do paciente.
“Ele foi piorando cada vez mais e o médico dizendo que não tinha nada, que o estado dele não era grave. Assistência muito pouca. Conversamos com o médico na sexta-feira à noite, pedimos para ele colocar no sistema para arrumar uma vaga fora. E o que foi que o médico falou para mim, para minha esposa e a esposa dele? Que o hospital não podia fazer mais nada porque o caso dele era estreitamento de garganta e lá não tinha especialista para esse caso”, relata o irmão.
Carlos conta que o médico do HMCL teria sugerido precrever um medicamento para o paciente tomar domingo em casa, até que pudesse ser avaliado por um otorrinolaringologista de clínica privada na segunda-feira. Mas, isso não aconteceu porque a esposa do agricultor rejeitou a ideia, temendo pela vida dele.
Ainda de acordo com a versão do irmão, quando o estado de saúde de Cosmo se agravou no sábado, outro médico, do estado do Ceará, assumiu o caso, prescreveu medicação, mas não sabia detalhes do prontuário. O paciente só foi transferido no domingo, “99% morto”, segundo Carlos. “Um médico desse já era para ter sido afastado do hospital”, desabafa o irmão.
Cosmo morreu na quarta-feira, dia 19, no Hospital Regional de Catolé do Rocha, com suspeita de meningite, mas somente o resultado do exame cadavérico vai revelar a causa da morte. Não houve velório porque o caixão foi lacrado. A equipe do hospital e os familiares que tiveram contato com a vítima receberam imunização.
Juiz manda retirar vídeo do ar
Nesta quarta-feira (26), o juiz José Emanuel da Silva e Sousa determinou que a Prefeitura de Conceição retire, em até 24 horas, um vídeo institucional com a versão do hospital sobre o caso. A ação judicial, protocolada pelo advogado da família do paciente, Silvio Darlan, acusa o hospital de expor dados sigilosos sobre o atendimento e praticar infração ética. Por essa razão, o vídeo que também havia sido exibido anteriormente pela TV Diário do Sertão durante uma reportagem sobre o caso, fica a partir de agora privado, sem acesso ao público.
VERSÃO DO MÉDICO
Versão do hospital, pelo médico
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o médico Steivison Lorena conta que o paciente deu entrada no hospital às 7h de sexta-feira, dia 14, com falta de ar, mas os sinais vitais eram estáveis, saturando 98% e com a pressão arterial normal. Após prescrever medicação, o médico solicitou exames laboratoriais, exames de imagem e deixou o agricultor em observação. Quando o quadro clínico se agravou no sábado, o médico autorizou a internação e precreveu novamente medicamentos. Era nenecessário, porém, uma tomografia com contraste.
“Esse exame necessita de um preparo para que seja realizado. O paciente receberia medicamentos para que pudesse receber o contraste na segunda-feira. Contudo, o paciente piorou e precisou ser colocado na regulação [de vagas]”, relata Steivison.
“Ao contrário do que está circulando, o paciente foi, sim, colocado na regulação e solicitada uma vaga de transferência, através da Central de Regulação de Leitos, via e-mail. Contudo, a Central nos respondeu que não havia leitos disponíveis naquele momento. A vaga foi reiterada conforme a piora do paciente, inclusive quando precisou ser intubado. Realizamos mais uma vez uma tentativa de solicitação de um leito de UTI ou, pelo menos, um leito em ala vermelha. Porém, não havia leitos disponíveis, nem na terceira macro, nem nas demais macros. Por fim, a vaga saiu no domingo pela manhã, aproximadamente às 8 horas. (…) Em nenhum momento houve omissão ou negligência por parte dos profissionais do HMCL”, acrescenta o médico.
DIÁRIO DO SERTÃO
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