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Francisco Cartaxo

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De novo no Real Hospital Português

08/11/2025 às 10h26

Coluna de Francisco Frassales Cartaxo - Real Hospital Português, em Recife-PE - Foto: reprodução/sosmedicosehospitais.com

Por Francisco Frassales Cartaxo – Durou mais de 30 dias a internação no Português, aonde fui com diagnóstico quase firmado de insuficiência no funcionamento da válvula aórtica, após exaustiva investigação, guiada por quatro hipóteses diante dos sintomas que limitavam minhas atividades físicas. Entre outros, cansaço, tonturas, indisposição física, como resposta a qualquer esforço um pouco maior. Não surgiu de supetão, agravou-se passo a passo.

Recorri ao cardiologista, dr. Maurílio Rodrigues.

Historiei o que sentia, levando antigos exames, desde 2021, quando enxertaram no meu coração três pontes de safena e uma mamária. Na saleta ao lado, auscultou o tórax, aferiu a pressão, 22/8. Síndrome do jaleco branco? Talvez. Me deu o copo d’água e um Captopril. Só então analisou os resultados de exames e a lista de medicamentos, levados por Célia Maria. Nova aferição indicou que a pressão baixara para 18/7.

– Precisamos investigar as causas, falou, entregando o receituário, a senhora anote a pressão 4 vezes ao dia.

Voltamos uma semana depois.

Ritual semelhante constatou que as taxas melhoraram, mas a pressão sistólica manteve-se em níveis preocupantes. A hipótese de insuficiência cardíaca foi confirmada, indicando-se como procedimento cirúrgico adequado a TAVI, (em português, implante de valva aórtica por cateter).

Procedimento pouco invasivo, já praticado no Brasil há mais de 20 anos, esclareceu dr. Maurílio. De imediato, liga para seu colega Heitor Medeiros, deixando marcada consulta naquele mesmo dia. Por coincidência, Dr. Heitor e o filho homônimo foram responsáveis pelo diagnóstico do enfarto e a consequente cirurgia cardíaca.

Rumino a fala de Heitor jovem, quatro anos atrás: quando comecei o cateterismo, logo deduzi que era caso de cirurgia, pela localização da obstrução de 70%, a mais grave das três.

De volta à situação d’agora, já internado, começam a tramitar os papéis para obter a autorização da Camed Saúde. Fiquei sob os cuidados da cardiologista Antonieta Albanez, jovem mãe de dois filhos, que compõe a equipe, participante da primeira cirurgia, a TAVI, também filha de dr. Heitor.

O segundo procedimento, colocação de marca-passo, realizado por dr. Alberto Nicodemos e sua equipe, se deu após dois dias. Azar meu! Dois episódios febris preocuparam, mas logo foram debelados, e nada tinham a ver com as cirurgias.

Antes, quando o processo burocrático chegou à etapa final, às vésperas de subir ao Conselho da Camed, surgem os olhos claríssimos de Suenize Limaverde, colega do BNB, a quem procurei: estou com um processo assim, assado, você conhece alguém lá?

– Cartaxo, meu amigo, que bom saber de você, eu sou do Conselho, vejo e retorno, ok!

Logo veio a posição. Processo, da alçada do Conselho, já estava na diretoria com o Parecer e o julgamento agendado para o dia seguinte. Aprovado.

Para onde me levavam no RHP, o tratamento profissional e carinhoso foi a marca. Das meninas da limpeza a duas dezenas de médicos e enfermeiras. Entre as médicas da UTI coronariana, uma cajazeirense esteve a meu lado, Rosana Eloi, filha do bancário Airton Moreira Eloi que morou em Cajazeiras 11 anos nas décadas de 1950/60.

A presença simpática da dra. Antonieta, porém, foi fundamental para afastar de mim qualquer tipo de impaciência. Primeiro, chegava a voz, depois o sorriso cativante, os olhos vivos. Tanto fazia estar eu no 8º, na UTI, no 11º e, sobretudo, na suíte VIP, do 14º pavimento do RHP, onde me acomodaram nos últimos dias. Ao me despedir, não me contive, você não é minha médica, lhe disse. O espanto marcou sua face.

– Posso saber o motivo?

Você é mais do que minha médica, você é uma deusa!

O sorriso largo voltou!

Sócio da Academia Cajazeirense de Artes e Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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