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EXCLUSIVO: Advogado diz que policial mentiu sobre morte de jovem no Vale do Piancó durante abordagem

Segundo Max Cabral, policiais teriam implantado uma arma no carro onde estavam os jovens para forjar cenário e justificar ação da guarnição que resultou na morte de José Wellynton, de 29 anos

Por Luis Fernando Mifô

18/06/2021 às 16h42 • atualizado em 18/06/2021 às 17h01

Em entrevista exclusiva ao programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão, o advogado Max Cabral foi bastante enfático ao expor a versão da acusação no caso do jovem morto em Boa Ventura durante abordagem policial. Segundo Max Cabral, os policiais militares envolvidos no caso estão mentindo para a imprensa.

“Informações como essas passadas pelo coronel Campos chegam a doer no interior da família. Além de terem perdido o filho, eles também estão vendo o filho ser caluniado, ser culpado pela própria morte. Isso é uma situação inimaginável porque, apesar do sentimento de dor que vem junto com a morte de um filho, não imaginamos que outras pessoas tentem dificultar ainda mais esse momento”, desabafou o advogado.

Max Cabral afirma que os policiais teriam implantado uma arma no carro onde estavam os jovens para forjar um cenário e justificar a ação da guarnição que resultou na morte de José Wellynton Leite Rodrigues, de 29 anos.

“Seria mais bonito que eles contassem a verdade, assumissem o erro, do que estarem caluniando os dois rapazes, dizer que eles teriam uma arma dentro do carro, por exemplo, isso é uma coisa que não poderia acontecer. Aquela arma foi implantada com certeza, não pertencia a nenhum dos jovens”, disse o advogado.

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Versões distintas

Segundo Max Cabral, imagens de câmeras e depoimentos de testemunhas provarão que os policiais estavam a pé quando abordaram o carro dos jovens. Isso, por sua vez, provaria que o carro dos jovens estava estacionado e não fugindo.

Já a versão da Polícia Militar é que a guarnição estava na viatura perseguindo os jovens e teria ligado a sirene e o giroflex para fazer o motorista do carro parar. Como ele não parou, um policial tentou atirar no pneu e acabou acertando a vítima acidentalmente.

“Minha tarefa aqui é justamente esclarer os fatos para que não fique a versão da polícia para a sociedade. Eles estão transformando a situação, estão dando outro ponto de vista que não é o ponto de vista correto, estão criando situações que não mereciam chegar para a sociedade dessa forma”, reiterou o advogado de acusação.

José Wellynton foi morto com tiro durante abordagem policial no Centro de Boa Ventura (Foto: Arquivo Pessoal)

O caso e a versão da PM

Na madrugada do último dia 12, José Wellynton foi morto com um tiro durante abordagem policial no Centro de Boa Ventura. No progaram Olho Vivo, coronel Campos disse que o Batalhão de Itaporanga recebeu uma denúncia anônima de que havia um veículo parado próximo a uma agência bancária no Centro de Boa Ventura, por volta de 01:30, levantando a suspeita de um possível assalto. Quando os policiais chegaram, o carro já havia deixado o local.

A versão da polícia é que a viatura teria ido em busca dos suspeitos, tentou convencer o motorista a parar usando a sirene e o giroflex, mas alguém de dentro do carro teria atirado contra a viatura. Diante disso, um policial tentou acertar o pneu do carro, mas acabou atingido José Wellynton. A família e o advogado negam essa versão.

DIÁRIO DO SERTÃO

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