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VÍDEO: Aristênio Marques aponta obstáculos e questiona modelo da Universidade Federal do Sertão da Paraíba

Radialista lista exigências legais, estruturais e acadêmicas para criação da universidade e questiona se haverá adesão da comunidade do campus de Cajazeiras da UFCG

Por Luiz Adriano

06/08/2025 às 18h40 • atualizado em 06/08/2025 às 18h44

Nesta semana, o radialista Aristênio Marques voltou a abordar, em sua coluna Direto ao Ponto, o tema da possível criação da Universidade Federal do Sertão da Paraíba — assunto que também pautou sua análise na semana anterior.

Após se debruçar sobre o tema, Aristênio afirmou ter pesquisado bastante sobre os critérios exigidos para a criação de uma nova universidade federal e destacou diversos pontos que, segundo ele, ainda precisam ser superados para que o projeto se torne realidade.

O primeiro desafio é o local. Como está atrelada ao MEC, a universidade tem que passar pelos ditames do Ministério da Fazenda. Esse local pode ser, por exemplo, um terreno, um galpão, uma antiga universidade… Enfim, tem que ter um local adequado”, destacou.

Na sequência, ele apresenta o segundo ponto: o planejamento orçamentário.

“Tem que ter todo o aparato necessário para que você consiga manter”, alertou.

Em terceiro lugar, Aristênio cita o plano educacional, com foco no corpo docente e na demanda regional.

“Tem que ter chancela local, do ponto de vista de que eu tenho população suficiente, eu tenho busca por mais cursos, tenho aumentado, nos últimos tempos, a população que disputa o ENEM? A gente tem essas prerrogativas?”, questionou.

Além disso, ele destaca a necessidade de formação qualificada:

“Tem que ter professores com mestrado e doutorado. A gente vai ter esse cabedal de pessoas gabaritadas?”, indagou.

Outro ponto levantado por ele é a estrutura administrativa, que precisa estar bem organizada e composta por servidores concursados para a gestão da universidade, seja no campus, na reitoria ou em outros setores.

“Depois que eu tiver isso, aí vou começar a implantar quais cursos vou ofertar no Sertão da Paraíba.”

Opinião – Durante sua fala, o radialista também fez um breve resgate histórico sobre o desmembramento da UFPB que deu origem à UFCG, e lançou uma reflexão crítica sobre a proposta de criação de uma nova instituição federal no Sertão:

“Sou a favor demais que seja implantada no Sertão, mas vai criar uma universidade do zero para ficar paralela à Universidade Federal de Campina Grande, que já existe há 45 anos entre UFPB e UFCG? Ou vai incorporar a Universidade Federal de Campina Grande, campus de Cajazeiras, para este novo conceito de Universidade Federal do Sertão da Paraíba?”

Aristênio disse que a ideia inicial seria justamente absorver a atual estrutura da UFCG para formar a nova universidade. No entanto, ele alerta:

“O que é que tem que ser superado: a inoperância dos últimos 45 anos com altos e baixos”, disse, citando como exemplo a ausência de cursos de mestrado no CFP (Centro de Formação de Professores), campus da UFCG em Cajazeiras.

“Até agora a gente não tem um mestrado sequer no CFP. Então a gente tem que importar essa mão de obra qualificada”, pontuou.

Mais uma questão a analisar – Ele ainda levanta uma questão delicada: a escuta e o envolvimento da comunidade acadêmica nesse processo.

“Já perguntaram à unidade acadêmica do Centro de Formação de Professores de Cajazeiras o que é que eles acham da iniciativa de transformar a Universidade Federal de Campina Grande em Universidade Federal do Sertão da Paraíba? Já conversaram com essa turma? Eles estão dispostos a ficar na Universidade Federal do Sertão da Paraíba em detrimento à Universidade Federal de Campina Grande? Os técnicos administrativos, as pessoas que estão à frente no dia a dia da universidade, vocês já perguntaram a eles o que eles acham?”, questionou.

Por fim, Aristênio conclui com um alerta e uma análise conclusiva de suas ponderações. “São alguns obstáculos que precisam ser superados, e o desafio é muito grande. Além de ter essa dotação, ter todo cabedal político para que se consiga junto ao MEC, tem muitas barreiras que precisam ser medidas, analisadas, para, de fato, serem transpostas”, finalizou.

DIÁRIO DO SERTÃO

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