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VÍDEO: “Não fica só a marca na pele, fica na alma”, diz psicóloga em relação a mulheres vítimas de violência

Rosângela Macedo pontua as consequências e o sofrimento psíquico de mulheres que foram vítimas de violência doméstica

Por Priscila Tavares

08/11/2023 às 17h06

A psicóloga Rosângela Maceda, no quadro ‘Papo Cabeça’ do programa Diário News, falou sobre o sofrimento psíquico de mulheres vítimas de violência.

Ela traz um recorte histórico da sociedade, em que a mulher sempre foi vista como pertencente ao homem, que ela sempre foi objetificada, coisificada e tida como posse de alguém, é algo que está no inconsciente coletivo da humanidade.

“Isso é um equívoco que a gente tem, num processo bem importante, desconstruído ao longo do desenvolvimento da humanidade. Primeiro que não existe essa coisa dessa diferença de possibilidades, de oportunidades no gênero, todos nós somos seres humanos e merecemos ser tratados com seres humanos, independente do gênero”, disse.

Ela pontua que a violência é ampla e envolve diversos tipos, desde a física, moral, sexual, entre outras. A psicóloga afirma que muitas dessas violências acontecem no meio familiar e que a mulher não fala por vergonha.

“Quando uma mulher se casa com um homem, ela está querendo viver um relacionamento de parceria, de amor, de cumplicidade, uma série de coisas. Ela custa acreditar que aquele homem está fazendo alguma coisa para prejudicá-la, porque ela acredita que há uma relação de amor, por isso algumas mulheres levam muito tempo para sair dessas relações”, explicou Rosângela.

Outro ponto que ela traz, é que a violência é um comportamento aprendido e que foi naturalizado o homem ser mais violento que a mulher.

“O machismo é a causa estrutural do feminicídio, da violência doméstica contra mulher, é a base de tudo. Porque, quando o agressor se sente no direito de fazer qualquer coisa com a vítima, porque ela ‘o pertence’, como que vai resolver essa situação? Na base: educação, a gente precisa começar a educar em bases diferentes”, ressaltou.

A psicóloga enfatiza a importância da rede de apoio a mulher e da denuncia em casos de violência, seja ela qual for. Ela fala ainda, sobre as consequências psicológicas que as mulheres vítimas de violência desenvolvem.

“A mulher que sofre essa violência acaba tendo muitos problemas psíquico, é muito grave tudo isso. Ela pode viver isolamento social, não querer mais sair de casa, não querer se relacionar com pessoas, passa a ter medo das pessoas, da vida, desconfia de tudo e de todos, ela pode ter doenças psicológicas como depressão, ansiedade, síndrome do pânico. Então, ela começa a viver uma exclusão da sociedade, ela começa a não conseguir mais fazer parte e isso é um dano muito desafiador de desconstruir, modificar essas crenças. Porque não fica só a marca na pele, no corpo, fica na alma”, destaca Rosângela.

DIÁRIO DO SERTÃO

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