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VÍDEO: Diretora do HUJB esclarece polêmica sobre atendimento de crianças e acordo feito com o município

Pais e mães denunciaram falta de médicos nos Postos de Saúde da Família de Cajazeiras e casos de suposta recusa ao atendimento dos filhos no HUJB

Por Luis Fernando Mifô

05/02/2022 às 12h02 • atualizado em 04/02/2022 às 21h06

A TV Diário do Sertão entrevistou, com exclusividade, a superintendente do Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), Paula Maia, acerca da polêmica envolvendo os atendimentos de crianças na rede integrada de saúde de Cajazeiras e região.

Nos últimos dias, pais e mães denunciaram falta de médicos nos Postos de Saúde da Família (PSF) de Cajazeiras e casos de suposta recusa ao atendimento de seus filhos no HUJB.

Paula Maia explica que houve uma pactuação com os municípios para que os casos que não são do perfil do HUJB, ou seja, os que não são considerados de urgência, emergência, observação de 24 horas nem internação, sejam devidamente encaminhados para os postos de saúde do município. Essa divisão é com base na classificação universal de riscos, dividida por cores (vermelho, laranja e amarelo no HUJB; verde e azul no PSF).

Segundo ela, houve também reuniões com representantes do Governo do Estado para tentar integrar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) nessa pactuação. Porém, por enquanto, ainda não existe nenhuma orientação no sentido de encaminhar crianças para a UPA.

“Se a Atenção Primária à Saúde faz a parte dela, esses verde e azul vão chegar muito pouco para a UPA. Se a UPA faz a parte dela, aqueles que vão chegar pra gente são os que vamos dar o melhor de nós na excelência do atendimento”, disse Paula Maia.


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Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB) em Cajazeiras

Paula Maia justifica que essa decisão de dividir os perfis de atendimento de crianças foi uma saída para não colapsar o HUJB, já que o hospital sofre com um desfalque muito grande de pediatras.

Além do quadro de pediatras ser insuficiente devido à dificuldade de contratar, existem também os que pediram exoneração e outros que são afastados por questões de saúde, de gestação e lactação, que é um direito assegurado por lei.

Ela conta que já abriu edital para chamamento de pediatras várias vezes, mas os profissionais recusam. O principal motivo, provavelmente é por não terem interesse em trabalhar no sertão.

“A escala de plantão da gente é extremamente exígua. Nos últimos dois meses nós temos sacrificado a Clínica Médica, o próprio Ambulatório de Pediatria [agendado], que também é uma pactuação com o município. A gente teve que sacrificar atendimento de Neuropediatria, de Gastropediatria, de Pneumopediatria, porque eu tive que botar esses profissionais para atenderem no Pronto Atendimento”, explicou a superintendente.

Paula reforça que o HUJB não deixou de atender casos pediátricos e reconhece que se for no período noturno, as crianças não ficarão sem atendimento. O que preocupa ela são os casos que são enviados ao hospital durante o dia e que não estão dentro do perfil de atendimento do HUJB.

“Nosso processo é acolher quem chega. Você não vai ter porta batida aqui no HU, e se tiver eu peço que entrem em contato com a ouvidoria, porque não é a nossa orientação. Nós estamos acolhendo, classificando o risco e orientando. Aquilo que não é nosso perfil, a gente faz um encaminhamento responsável”, esclarece a diretora.

“O HU não parou de atender pediatria de forma alguma. A gente continua tendo pediatria internamente, pediatria de ambulatório, pediatria de urgência e emergência”, acrescenta.

DIÁRIO DO SERTÃO

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