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VÍDEO: Reitor da UFCG diz que HU não deveria realizar Pronto Atendimento e que municípios foram avisados

Antônio Fernandes concedeu entrevista em Cajazeiras e disse que HUJB não tem prerrogativa para ser obrigado a fazer Pronto Atendimento e pediatria básica

Por Jocivan Pinheiro

07/02/2022 às 18h53 • atualizado em 07/02/2022 às 19h46

Após denúncias de falta de atendimento pediátrico no Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, o reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Antônio Fernandes, concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (07), no auditório do campus da UFCG de Cajazeiras, e esclareceu que o HUJB não tem prerrogativa do Ministério da Saúde para ser obrigado a realizar Pronto Atendimento, ou seja, urgência, emergência e pediátrico, porque trata-se de um hospital universitário.

Segundo Antônio Fernandes, há cerca de três anos que a direção do HUJB vem avisando aos municípios que haverá, gradativamente, mudanças no seu perfil de atendimento. Mesmo assim alguns gestores não se prepararam para garantir Atenção Primária à Saúde da população.

“Desde 2019 que a gente dialoga com esses entes mostrando que a responsabilidade que está sendo imputada ao Hospital Universitário Júlio Bandeira não é nossa desde o momento que esse hospital se tornou universitário. Ele foi doado à universidade para ser universitário. A universidade não tem prerrogativa de prestar assistência de urgência, emergência, porque é responsabilidade do Estado; nem tem prerrogativa de fazer o papel da Atenção Básica porque é responsabilidade do município. Quem delega essas responsablidades é o Ministério da Saúde”, disse o reitor.

“O Hospital Infantil cumpriu muito bem sua obrigação quando foi infantil. Mas o hospital deixou de ser apenas infantil e passou a ser hospital universitário, e graças a Deus. Todos nós que estamos nesse meio acadêmico sabemos as dificuldades que temos para manter uma estrutura daquelas funcionando. O hospital não é mais pediátrico, é um hospital de ensino, universitário e geral”, completou Antônio Fernandes.


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Coletiva no campus da UFCG de Cajazeiras

O reitor disse que a Prefeitura de Cajazeiras tem que cumprir o papel dela e dispor atendimento nas Unidades Básicas de Saúde da Família, inclusive à noite.

“A gente criou esse curso de Medicina para continuar fazendo Atenção Básica? É o que está acontecendo. É o único hospital universitário do país a ter Pronto Atendimento. Todos os hospitais da rede federal de ensino são referenciados e tratam medicina de alta e média complexidade”.

Com falta de médicos nas UBS’s e sem atendimento nortuno em Cajazeiras, o HUJB sofre com sobrecarga. A gerente de Atenção à Saúde do HUJB, Ana Paula, ressalta que os municípios precisarão organizar a Rede de Atenção Primária porque o Hospital Universitário está colapsado e vai apenas contrarreferenciar casos que não são urgentes.

“O Hospital Universitário está acolhendo, sim, e acolher não quer dizer medicar, porque nem sempre o que chega é de competência do hospital. Acolhe e contrarreferencia. O que é contrarreferenciado é aquilo que dá para ser agendado. Toda a rede vai ter que se organizar para isso. O que a gente não pode é resolver um problema que é da rede, não é nosso. Houve essa transferência de responsabilidade durante muito tempo, e o que aconteceu? Colapsou”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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