VÍDEO: Defesa questiona versão da PM sobre confronto em Catolé do Rocha e cobra imagens da Caixa Econômica
Segundo o advogado, o Judiciário da Paraíba já acatou alguns pedidos da defesa, especialmente no que diz respeito ao acesso às imagens internas da Caixa Econômica Federal e de câmeras da cidade
O advogado Júlio César, que representa as famílias dos dois homens envolvidos no confronto com a Polícia Militar em Catolé do Rocha, fato ocorrido no último sábado (23), utilizou o espaço do programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão para apresentar a versão da defesa e contestar pontos levantados pelas autoridades policiais sobre a ocorrência.
Segundo ele, o Judiciário da Paraíba já acatou alguns pedidos da defesa, especialmente no que diz respeito ao acesso às imagens internas da Caixa Econômica Federal e de câmeras da cidade.
“Cadê essas imagens para atestar o que a autoridade policial está falando até o momento? Cadê as imagens do circuito interno da cidade de Catolé do Rocha? Elas podem esclarecer os fatos, elas podem trazer à luz, a verdade. Até agora não foram apresentadas”, cobrou o advogado.
LEIA TAMBÉM:
Questionamentos sobre exames e provas
Júlio César também indagou a ausência do exame residográfico — que detecta resíduos de pólvora nas mãos.
“Cadê o exame residográfico? Que é o exame que a gente chama popularmente para ver se tem a pólvora na mão dos acusados, já que a Polícia Militar diz que estes tentaram contra a vida dos policiais e de forma legítima exerceram, dentro da lei, a legítima defesa”, declarou.
Clamor por justiça das famílias
O advogado afirmou que atua em nome dos familiares de Paulo Henrique Fernandes Alexandre, que morreu no confronto, e de José Gonçalves, que segue internado.
“Em nome dos familiares tanto do que faleceu quanto do que está internado, está clamando pela verdade dos fatos, está clamando por justiça. A gente não vai deixar esse fato ser mais um fato isolado no Brasil”, disse.
Ele ressaltou que não pretende atacar a Polícia Militar como instituição, mas questionar a conduta da operação: “Não está a se denegrir a instituição PM, está a se combater o erro nessa operação. Esses rapazes em nenhuma hipótese estavam com essa arma, eles não andavam armados, eles não possuem histórico, antecedentes criminais, seja de posse, de porte, disparo em via pública, de crimes como os de violência”.
“Excesso” e dúvidas sobre a arma
De acordo com a defesa, o suspeito que tentou fugir em um carro foi atingido por quatro disparos na região do peito. “É no mínimo estranho, é no mínimo excessivo”, avaliou.
Ele reconheceu que os dois envolvidos possuem antecedentes por estelionato e furto, mas enfatizou que não respondem por crimes violentos ou relacionados a armas de fogo.
Quanto ao revólver apreendido, o advogado afirma que ainda não há clareza sobre sua origem: “A respeito da arma é uma questão que a defesa está tentando entender como essa arma estava ali. Como pode esclarecer? Através das imagens da Caixa Econômica e de comércios próximos, para saber como essa arma foi parar ali”.
Suspeita de arma “plantada”
Em seu posicionamento, o defensor levantou a possibilidade de que a arma tenha sido inserida na cena após os fatos: “No entendimento da defesa, inicialmente, a arma pode ter sido implantada no local. Infelizmente, dentro do contexto de tudo que aconteceu, essa arma apareceu ali na cena dos fatos para poder justificar a injusta agressão não de quem veio a falecer, mas sim do agente público em face do seu Paulo Henrique que veio a falecer e de sr. José Gonçalves que está internado”.
Procedimentos jurídicos
O advogado explicou que a Caixa Econômica só libera as imagens mediante ofício judicial e que a Polícia Civil já foi acionada para realizar as diligências necessárias. A versão da defesa também foi apresentada ao Ministério Público.
“A gente não pode se calar, a defesa não vai se calar. Estamos aqui para mostrar que existe o outro lado, ele tem que ser mostrado para a sociedade. Não é somente o que os policiais estão falando, eles têm que trazer a prova. Se houve um confronto, cadê as imagens? Apresente as imagens que eles foram contra a vida dos policiais, apresente uma imagem que não houve um excesso na ação dos policiais”, concluiu.
DIÁRIO DO SERTÃO
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.


Deixe seu comentário