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VÍDEO: Policial militar do Ceará é condenado a mais de 22 anos de prisão por assassinato de jovem em Uiraúna

Um tio do jovem assassinado foi entrevistado no Olho Vivo e disse que a família nunca buscou vingança. Ele exaltou a Justiça após condenação do policial

Por Luiz Adriano

07/08/2025 às 17h46 • atualizado em 07/08/2025 às 17h51

Foi concluído nessa quarta-feira, 06 de agosto de 2025, o julgamento do policial militar do Ceará, Yuri Alves, acusado de matar com um tiro na cabeça o jovem Ramon Pedro de Sousa, de 25 anos, no dia 3 de dezembro de 2023, após a festa de emancipação política de Uiraúna, no Sertão da Paraíba. O réu foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão por homicídio doloso qualificado.

Ramon residia no sítio Cabaços, zona rural de Poço de José de Moura, a cerca de 17 quilômetros do local do crime.

Durante o programa Olho Vivo da TV e Rede Diário do Sertão, nesta quinta-feira (07), o tio da vítima, Pedro Filho, falou sobre a conclusão do julgamento e o sentimento da família diante da sentença. “Até hoje estamos ainda lutando para superar essa perda que chegou de maneira trágica no seio de nossa família”, disse.

Ele contou que os familiares acompanharam de perto o júri e desde o início esperaram que a justiça fosse feita. “A gente esperou por esse momento que vai fazer quase dois anos. Saímos daquele Tribunal ontem com a cabeça erguida pelo trabalho feito pela nossa defesa, principalmente pela parte do Ministério Público, que em nenhum momento demonstrou frieza. Demonstrou que o cidadão brasileiro ainda tem a resposta judiciária”, pontuou.

Pedro destacou que a condenação representa um recomeço e devolve à família a confiança nas instituições. “Fez com que a gente possa voltar a acreditar nas nossas instituições. Eu creio que a perda já tivemos no momento em que a vida do nosso jovem foi ceifada. Em momento nenhum quisemos olhar para a vingança — sempre nos reunimos e buscamos a pena pela justiça”.

Sobre o momento em que teve de encarar o autor do crime frente a frente, Pedro desabafou: “Isso é algo que eu não desejo para ninguém, porque, em primeiro momento, você, como ser humano, tem uma reação que às vezes acha que não vai ser controlada. Porque você está vendo uma pessoa que cometeu um estrago na sua família, que até hoje a gente convive, e a gente sabe que jamais vai ter um conserto. Mas, por outro lado, a gente se comporta de acordo com aquilo que nós queríamos, que era a justiça… Nós temos que estar no lugar do bem, no lugar da paz. Porque se você olhar para o poder de vingança, a gente não busca a justiça, a gente vai por outros caminhos. E por esse outro caminho a família nunca buscou.”

A vítima, Ramon Pedro de Sousa, de 25 anos (Foto: Reprodução da Internet)

Nota da família

Após o julgamento, a família de Ramon divulgou uma nota oficial à imprensa, expressando gratidão pelo apoio recebido: “A justiça foi feita, e a memória de Ramon seguirá viva em nossos corações, com amor, saudade e respeito”, diz trecho da nota.

Entenda o caso

Ramon foi assassinado com um tiro na cabeça quando havia saído da festa de emancipação política de Uiraúna, na manhã do domingo, 3 de dezembro de 2023.

O crime foi registrado por uma câmera de segurança na rua Maria de Fátima Vieira, bairro Nossa Senhora de Lourdes, em Uiraúna. O autor do crime é um policial militar que residia em Uiraúna, mas atuava na PM da cidade de Orós, no Ceará.

A princípio, as imagens mostram que na rua vinham duas moças carregando um vasilhame de guardar bebidas (cooler) e logo atrás vem Ramon. De repente, o suspeito surge mais atrás e vem correndo em direção a Ramon, empurra o jovem para debaixo de uma árvore e atira na cabeça dele. As garotas presenciaram o assassinato e ficaram desesperadas. Em seguida, elas saem correndo juntamente com o assassino.

DIÁRIO DO SERTÃO

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